VANCOUVER – O brilhante piso do cassino está lotado de apostadores, jogadores, turistas e garçonetes esbeltas, capturados por uma filmagem abrangente com um guindaste, enquanto a câmera precipita-se até o nível do olho. O adolescente Percy Jackson (o ator Logan Lerman) vaga pelo local, parando finalmente para falar com um jogador de pinball que parece um cara desgrenhado dos anos 1970.

Um assistente de diretor distribui comandos para a multidão através de um alto-falante, enquanto a cena e os movimentos da câmera são repetidos várias vezes. Finalmente o diretor Chris Columbus fica satisfeito e 250 figurantes deixam o enorme estúdio, ainda carregando seus copos de coquetel.

Columbus é o homem que deu a arrancada para o fenômeno de sucesso da franquia Harry Potter, dirigindo os dois primeiros Potters e produzindo o terceiro. Ele está chegando ao fim de aproximadamente quatro meses de filmagem em Vancouver de Percy Jackson & Os Olimpianos: O Ladrão de Raios, baseado no primeiro de cinco livros de fantasia sobre um adolescente nova-iorquino que descobre ser filho de um deus grego.

Aparentemente, a série lembra muito Harry Potter – dois garotos e uma garota numa batalha sobrenatural entre o bem e o mal – mas hoje está claro que Columbus não está mais em Hogwarts. Os deuses e monstros gregos de Percy vivem secretamente entre nós nos dias atuais. O Monte Olimpo paira bem acima do Empire State Building de Nova York.

“Nós estamos lidando com mitologia grega, o que eu não acho que já tenha sido bem feito em um filme,” Columbus diz. “Não são deuses em túnicas brancas que se sentam em nuvens infladas. Tudo tem um senso de realidade e um tanto de qualidade épica. Em Potter, uma vez que você está em Hogwarts, na maior parte você está fora de uma sociedade dos dias modernos. Aqui é a parte secreta da América contemporânea. Ao redor de cada fachada supostamente normal existe algo um pouco mais sinistro.”

Percy Jackson envolve uma viagem de Nova York até Los Angeles, em que nessa cena Percy e seus amigos estão em um cassino de Vegas, um lugar encantado chamado Cassino Lótus, onde aqueles que entram são encantados e congelados no tempo, por isso aquele cara dos anos 70. Os heróis irão escapar num Maserati preto para a cena exterior, onde o carro colide com uma janela de vidro.

Somando à Lerman, de 17 anos, que já se mostrou competente ao lado de Christian Bale e Russel Crowe no faroeste Os Indomáveis, o elenco inclui o ator-comediante Brandon T. Jackson (Trovão Tropical) como Grover, um sátiro aprendiz designado a proteger Percy, e Alexandra Daddario de Nova York, como outra adolescente semi-deusa.

O elenco adulto inclui Pierce Brosnan como um centauro e Uma Thurman como a Medusa, com efeitos digitais adicionando o corpo de cavalo a ele e o cabelo de serpentes a ela. Outros em papéis divinos e mortais incluem Catherine Keener, Ray Winstone, Sean Bean, Steve Coogan e o ator escocês Kevin McKidd (Grey’s Anatomy) como o pai de Percy, o deus dos mares Poseidon.

O filme está programado para lançamento no próximo 12 de fevereiro, e se marcar pontos com o público Columbus e companhia estarão prontos para lançar uma adaptação do próximo livro.

Os longos dias no set não deram a ele muito tempo para ponderar o que significaria ser parte de uma franquia de filmes sucesso de bilheteria.

“Não caiu bem a ficha de nada disso ainda,” diz Lerman, que foi criado em L.A. e começou sua carreira com papéis em um filme atrás do outro de Mel Gibson: Do que as Mulheres Gostam e O Patriota. Ele é surpreendentemente calmo sobre estar no meio de uma jogada multimilionária, construída por um filme com o nome do seu personagem no título.

“É como se eu tivesse enganado um monte de pessoas pra chegar aqui, no centro de algum estouro de bilheteria com um enorme orçamento. É um tipo de sensação estranha, mas fazem meses agora, é trabalho, aparecer todo dia, como um dia no escritório.”

Outro Percy Jackson também significaria a continuação da relação de Columbus com Vancouver, onde ele filmou a comédia colegial de baixa escala I Love You, Beth Cooper, em 2008. O diretor já tinha Percy Jackson em mente na época.

“Esse filme tem o potencial para se tornar a versão de Vancouver do que o Leavesden Studios (da Grã-Bretanha) tem com Harry Potter,” diz Columbus. “Eu fui muito mimado em Potter – nós tínhamos alguns dos melhores cenários já construídos na história do cinema. Eu imaginava se podíamos chegar àquele nível nesse filme, e nós chegamos. O benefício de filmar em Vancouver é trabalhar com alguns dos maiores artistas do mundo, pessoas que podem recrear um cassino inteiro dentro de um estúdio, apenas dando uma certa mágica, surreal distorção. Além da minha equipe de Harry Potter, essa é a melhor equipe com que já trabalhei.”

Enquanto trabalha em Percy Jackson, Columbus está medindo os resultados contra O Senhor dos Anéis e a série Nárnia, assim como os seus próprios filmes de Harry Potter.

“Embora estamos no domínio de uma gigantesca franquia de fantasia – como o estúdio chamaria isso – nós estamos tentando realizar algo um pouco diferente,” ele diz. “Nós obviamente queremos alcançar a mesma audiência familiar que aqueles filmes alcançaram, mas esses precisam se sentir como sua própria série de filmes.”

Fonte: Canada.com (Texto), Amanda (Tradução)

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